Muito se fala sobre Cultura Organizacional na gestão contemporânea. Em um cenário onde empresas cada vez mais buscam criar uma atmosfera interna alinhada aos seus ideais estratégicos, entender que esse elemento é crucial para o atingimento de resultados perenes deveria ser o "bê-a-bá" de qualquer empreendedor.

Vamos fazer um breve percurso histórico: até a década de 1980, pouco se estudava em contexto acadêmico sobre Cultura Organizacional. Naquela época, a maioria da produção científica da área de gestão era voltada para a melhoria de resultados por meio de métodos e ferramentas processuais.

Contudo, no final do século XX, compreendeu-se que elementos metodológicos, por si só, não garantiam alavancagem de resultados: empresas com método muito semelhante performavam de forma divergente. Nesse momento, a tendência das pesquisas passou a se inclinar sobre elementos subjetivos da gestão, os quais foram concatenados e denominados, posteriormente, de Cultura Organizacional.

Definindo Cultura Organizacional

Conceitua-se Cultura Organizacional como sendo em um conjunto de crenças e pressupostos básicos compartilhados pelos membros da organização, os quais operam inconscientemente e definem a visão da organização. Outra definição nos mostra que Cultura Organizacional consiste em um conjunto de ideologias de forte carga emocional e resistente a mudanças, que auxilia os membros organizacional a lidarem como incerteza e ambiguidades.

Ambos conceitos nos remetem à reflexão que nenhum negócio consegue atingir longevidade e consistência de performance sem uma cultura positiva. Parafraseando Drucker, "A cultura - todos os dias - devora a estratégia no café da manhã". Cultura se vive, se sente, se experiencia, diuturnamente. Construir premissas estratégicas sem fundá-las em uma cultura alinhada a esses direcionamentos seria o mesmo que fincar pilares em areia movediça.

Implicações da Cultura no cotidiano

Em suma, o que fica evidente é que - antes de pensarmos horizontes e cenários futuros - é profundamente necessário que implantemos hábitos, crenças, sentimentos e ritos que os sustentem. Escuto muitos empresários falarem em "Valorização da equipe" sem sequer dar um "bom dia" diário para seu time. Construir planejamentos ousados de crescimento sem que sua equipe esteja imersa nessa "hype", provavelmente não te conduzirá aos resultados projetados.

Precisamos, diariamente, refletir sobre o quanto em cultura investimos nossos negócios. Não falo apenas de investimento financeiro, mas sim de investimento de tempo, esforço e alinhamento. Um dos grandes desafios do empreendedor que planeja o futuro de sua empresa é conciliar planilhas e orçamentos com ritos e sentimentos que os sustentem. Nada supera o exemplo!